quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Viajar


 Che Guevara morto pela C.I.A[1]

Preciso me sentir livre para estar preso a você. Preciso respirar ares novos para te ver nova todos os dias. Preciso comer pedra para me deliciar com mais do mesmo todos os outros dias (os repetidos pela rotina). Preciso dormir no chão para achar minha cama amelhor do mundo. Preciso me esquecer de você para lembrar-me todos os dias de vossa majestade. Preciso não precisar. Necessito necessitar. Meu amor é estranho, mas está carimbado no meu passaporte. É nele que deixo minhas mais íntimas impressões, e você, ser imutável, se não o vê, não o compreende. Portanto, abandone essa velha mala chamada preconceito e viaje comigo. Vamos, levante-se daí! Vamos para onde os sonhos são reais e as dores também. Aprendar a gostar da rejeição, aprenda a aprender com as dificuldades. Extrapole os pequenos fatos de nossa caminhado para os enormes acontecimentos de nossas vidas. Veja a fome a dor alheia como uma comida para nossa alma, alimentando os desejos de mudança, de revolta e de vontade política.

Querida outra Eu, o Pequeno Príncipe é para gente grande e burra como o Eu, que precisa de palavras de outrem para entender a vida. Eu te ensino e você me ensina, assim deverá ser nosso amor. Querida outra Eu, apague o que você é e se torne o que deseja ser. Esqueça tudo. Apague tudo, recomece uma nova você. Assim como eu já me cansei de fazer, faço e refaço. Novidades, alguma boa nova?

[1] Che Guevara, mesmo morto e ainda fala com os olhos.  A expressão de satisfação ao morrer por seu caráter, o sentimento de dever cumprido, a paz de todo herói que ele merece. Li algumas biografias, e todas elas contam que Ernesto Guevara, mesmo como "El Comandante" fazia questão de almoçar na mesa com os soldados e não com os generais. Isso é caráter. Por isso é meu herói. Que morra o Che revolucionário, esse é histórico. Mas o Ernesto de caráter de aço, irredútivel de sua moral, esse o que não estampam em camisas vermelhas, esse é o verdadeiro Ernesto Guevara.

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