domingo, 12 de junho de 2022

Nessa noite fria.

 Nessa noite fria caminho com meus pensamentos fluindo. Conto os corpos estendidos pelo chão. São todos meus corpos. Veja, ali tá o esperançoso: achava que as coisas iam melhorar. Opa, aquele ali é o pessimista... sempre esteve tudo tão ruim...

Então, meu caro eu. Quem és tu? ora, sou o imortal. O corpo realista. Nem vivo, nem morto. Nem fixo e  nem fluido. Apenas sendo, reflexo daquilo que é posto.

Todas essas cabeças pensantes, ora... que perda de tempo e energia. Ah, o tempo. Meu melhor amigo. Meu único amigo. Aquele que posso contar, sempre. Engraçado, não? O tempo é aquele ente que posso contar... hahahaha, nos meus momentos. Não faz sentido.

Mas, o que eu sinto? Não sei. É para sentir? Pergunto, sem maldade no coração. É que não tem outra vida. Só essa... Falando em vida, qual seu último desejo?

O meu desejo é o único desejo honesto de quem pensa. Eu desejo o não ser.

domingo, 22 de maio de 2022

Sinto a aproximação...

Como um meteoro solto no universo infinito eu pressinto a colisão com você. Nossas trajetórias já tinham sido definidas antes de tudo. Mas nesse vagar, frio e solitário, a espera é dolorosa e transmuta naquela sensação de nunca-chegar.

Olho para os lados. Tem tanta coisa preenchendo o vazio que nos separa, mas e nós? Distantes e em colisão, que nunca chega...

A certeza que carrego será forte o suficiente para manter intacto os meus pedaços? E se você não chegar, o que será esse espaço vazio entre nós? Tudo em vão?

Por favor, está vendo essa estrela ai? Passe perto, acelera. Eu estou aqui, somente com esse vazio entre nós...

E se nosso dia não chegar? Será tudo em vão?

domingo, 16 de junho de 2019

Por hoje, a eternidade!

Antes de voltar aqui (em 2019), reli o que havia escrito, quando escrito. Pude relembrar para quem escrevi o quê e para mim, o que eu precisava ler. É interessante um registro da própria História, contada por mim, do meu ponto de vista.

Pude constatar minha caminhada para a extinção do Ego, de como sentia uma felicidade em causar dor nos outros, porque eu mesmo estava ferido. A foto no perfil ainda tenho cabelo e é uma foto que gosto muito, de uma época que sinto tanta falta. Parece que construí uma história gloriosa para poder viver o futuro imerso em uma tristeza disfarçada de responsabilidade. Parece, que agora a vida chegou com tudo o que deveria, e quando comparado com os outros, "Eu devia estar contente/ Porque eu tenho um emprego/ Sou um dito cidadão respeitável/ E ganho quatro mil cruzeiros por mês". Mas parece que não me é suficiente. Nunca é. Nunca será.


quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Pois é...né?...Então, é!

Não sei quando começou ou "se" começou, só sei que é assim, ou melhor, tem sido assim desde os tempos mais remotos. De fato, percebi ainda na adolescência que meu espírito era de um agir sempre entre 8 ou 80. Minhas emoções sempre foram muito claras: ou amava ou odiava, onde, no meu peito, nunca houve espaço para a indiferença. É que a indiferença me soa agressivo. O ódio, pelo menos, é honesto.

Olho para o meu redor, vejo minha vida, como foi vivida, as oportunidades que tive, os amigos que tenho. Deveria explodir felicidade, ou no mínimo gratidão. Existe gratidão, mas ultimamente tem sido preenchido com um pouco de "vazio-nebuloso-caótico-existencial". O problema é que esse "pouco" é suficiente para se tornar um buraco negro e sugar, com sua gravidade extrema, todos os sentimentos bons e minha atenção, que deveria estar focada no que me é positivo. Nem a meditação, outrora recurso infalível, tem sido de alguma ajuda.

O fato é que meu descontentamento advém de uma certa superficialidade no que diz respeito ao próprio homem como objeto de sua existência, como Sísifo, condenado ao trabalho inútil e repetitivo. E aí, não vejo uma saída racional para uma explicação no mínimo, satisfatória. Admito, como no voodoo quântico, duas possibilidades: (1) Deus não existe e (2) Deus existe.

Admitindo que Deus não existe, bem, perco meu tempo na obrigação de seguir o conceito moderno de bom. Se Deus existe, bem, a criação de tudo ainda carece de explicação, e qualquer uma que seja levantada, é no mínimo, detestável.

Portanto, ignorando as consequências das duas possibilidades, trabalhando com a superposição dos estados quânticos, ou seja, Deus existe e não existe ao mesmo tempo, vejo-me obrigado a viver. O que tem sido chato demais. Muitas obrigações, muito sofrimento, muita dor, para esses seres humanos que não merecem a dádiva da vida. Compreendo que a vida, por definição libertadora, não deva ter um objetivo, mas tampouco, existe um objetivo. O próprio voodoo quântico fere a sua existência.

O que fazer da vida? Dizem que ela nos dá muita coisa boa. Dá mesmo, mas como disse o Bigode Grosso (Nietzsche), aceitando o prazer, aceita-se, invariavelmente, a dor. Decidi, faz tempo, negar a dor e encontrei a ausência de prazer. Um estado quântico ainda não definido, mas bem poderia ser chamado de "escroto".

Feliz natal e não-natal.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

No fundo dos meus olhos

No fundo dos meus olhos, procuro no reflexo do espelho, se profundamente consigo encontrar algum resquício do que possa ser extraído como ouro. Olhar, buscando no interior de minhas pupilas, aquele objetivo que sempre tive. Esse é meu problema: a ausência de objetivos. Tinha objetivos bem claro até os 30, agora, um vazio. Como se a liberdade que se aproxima, assustadora, viesse com todas as dúvidas adolescentes que não tive. Merda! Só posso exclamar isso.

Hoje desejo Whisky, o velho e melhor amigo do homem. Qual a porra do sentido da vida? Isso está martelando na minha cabeça. Viver? Reproduzir? Entregar-se aos prazeres sensoriais como se não houvessem responsabilidades? Talvez, hajam muitas perguntas pois ainda tenho fôlego de fazê-las. Deixo a Tv alta e rádio ligada para que a confusão sexa externa e amenize a confusão interna.

Rogo a Abraxas para que me retire dessa confusão. Mas só me retornou dúvida.


terça-feira, 14 de outubro de 2014

Chato

Gostaria de depositar em você a culpa de minha tristeza, mas confesso, ela é toda minha. Sem dúvida, eu jamais poderia ser o que você deseja em um companheiro, pelo simples fato: nunca fomos companheiros! Não sei o que dividíamos, mas, de certo, aquilo que lhe dei não foi o suficiente para segurar o amor e na mesma proporção, o que me deste foi em vão. Na minha opinião, não me deste o mínimo necessário para a boa relação.

O vejo com outro alguém, quem provavelmente lhe deu o que fui incapaz de dar. Mas o que eu tinha a oferecer? Ah, uma vida que não cabe nesse pequeno projeto da sociedade moderna: um apertamento, duas horas de trânsito, aluguel, um emprego medíocre para sustentar esse projeto em igualdade na sua mediocridade e tempo, para fazer o que tu quiseste, ao sabor apenas dos teus interesses. Não! preferiria a morte rápida à me matar homeopaticamente ao seu lado, fazendo se não uma, mas duas vidas um inferno! E não me venha com as carambolas dizendo que alguém poderia nos ajudar, não, mil vezes não! Isso seria a pá de cal no resto da minha insignificante existência! Queria dar-lhe um mundo incontável de histórias por diferentes culturas, diferentes países. Mas, cada um em sua casa!

Evidente, que dentro do meu planejamento pessoal, do qual você não estava incluída nas especificações originais, permite que fosse dada a sua existência como mais uma variável. Corrompi o projeto e perdi investimentos. Tolo, bobo, idiota. Mas não! Fui o correto e fiz o meu melhor, que ressalto, longe de ser o suficiente para você.

Nunca neguei, gosto de diluir minha solidão na multidão de amigos. E tu, negava participação. Foi decretado o nosso fim.

Siga no seu projeto, que sigo com o meu projeto original: conquistar o mundo! Porque 24 territórios não me são suficientes!

terça-feira, 12 de agosto de 2014

O casamento do meu irmão.




Vejo-o de perto, como padrinho que tive a honra de ser escolhido, ficando próximo, diria eu, uns dois metros, no máximo. Com a visão privilegiada sou capaz de ver seus olhos, que começam a revelar a intimidade de seus sentimentos. O corpo pende, movimento repetitivo. Seus olhos berram: - quero correr e beijá-la. Mas o corpo trava: segue-se o protocolo cerimonial. E assim, meu irmão fica parado no altar, querendo correr, querendo beijar, mas obrigado a apenas olhar, esperar, respirar.

Vejo-a de longe, como padrinho que tive a honra de ser escolhido, ficando longe, confesso eu, na outra extremidade da igreja. Com a visão desprivilegiada, mais ainda sim, sou capaz de ver seus olhos, que revelam a intimidade de seus sentimentos. O caminhar devagar, a respiração profunda acompanha o pensamento, o mantra: - calma, calma, calma. Os olhos revelam: quero correr e beijá-lo, abraçá-lo, mas não posso, estou na igreja. Estou casando! Ai, meu Deus! respira fundo. Calma, calma, calma.

Metade do caminho percorrido, a música escolhida com zelo, o Guga parado, olhando. A noiva, linda, caminhando devagar, seguindo o protocolo, respirando fundo, era capaz de ouvir: calma, calma, calma. Aproximam-se, e os corpos se encontram: mas antes, o mais belo dos olhares revelam, carinho e ternura como um cuida dou outro. Ali, naquele momento singular, tenho a certeza de que foram feitos um para o outro. Que os gênios indomáveis, agora se completam, se estabilizam na base do amor, carinho e compreensão.

O noivo beija-a na testa. se fosse possível, seria no cérebro, dizendo que a razão o fez escolher aquele momento. Beijaria no coração, dizendo que a emoção o fez escolher aquele momento. Razão e emoção agora caminham com a certeza da decisão, e seus olhos berram somente para alguns: essa é a mulher da minha vida.

Encerra-se a cerimônia, seguimos para a festa. Uhuuuul, é festa! Lá pelas tantas, em meio a felicidade geral, música alta, bebidas deliciosas, comida maravilhosa, decoração impecável, vejo a Erica olhar para o Guga, ali, pulando com outros amigos. Ali, seus olhos berram: esse é o homem da minha vida.

Ao casal, meu carinho por ser padrinho e amigo. Amo o Guga como um irmão que não tive, e agora, amo a Erica como uma irmã. Mas como padrinho, o dever que me cabe é dizer a verdade, e agora lhes direi uma verdade absoluta: a vida não é perfeita, e problemas surgirão. Mas antes de conversarem sobre o problema, quero que lembrem do olhar de vocês na igreja, e que conversem preenchidos de sentimentos bons. A sabedoria cuida do resto!

Amo vocês!

sábado, 24 de maio de 2014

Certo momento

Faz tempo, não sei ao certo quanto, e quando começou, que uma certa serenidade se instala em mim. É um estado de espírito desejado há muito tempo, mas, alcançado com certa clareza recentemente. É um estado de não-necessidade e total compreensão do que me cerca. Sem dúvida, carrega algumas tristezas, mas de certa forma, passo-as.

Uma dessas tristezas é perder "o jogo". E perdi de forma consciente, somente pelo fato de não querer jogá-lo. Aí reside a tristeza, não jogá-lo e perder é confirmação para o que eu mais temia: ela é como 95% das mulheres. Eu havia postado que seria diferente. perdi feio, perdi rude! Mas, perder era algo que já havia internalizado, portanto, sem ação sobre mim.

Este mesmo "jogo" tem levado alguns amigos à loucura. Um deles, que admiro muito, correu pelado com tudo balançando, dentro de uma Universidade Federal. Perguntei-o a razão de tal feito, eis que responde: simplesmente eles não podem fazer nada. E não podem mesmo, a não ser lhes dizer repetitivamente - Ele enlouqueceu! Vamos lhe dar tempo. Mas, o meu amigo sabia, isso era apenas para não sujar o nome do curso e diminuir a nota perante o CAPES. Ao reconhecer "o jogo" e jogá-lo, a vida perde um pouco sentido. As mulheres perdem um pouco o sentido.

domingo, 30 de março de 2014

30 anos

Ter completado o famigerado "30 anos" tem sido bem diferente do que imaginava, tanto, que demorei vinte dias para refletir o suficiente sobre seu significado. Não que os "30" representem algo, mas na verdade representa, talvez, a primeira idade com "valor cabalístico" digno de ser notada. O que quero dizer, é que "trinta" é a primeira idade terminada em zero, onde se contam as décadas com certa facilidade e sem superlativos ou "quase", e podemos compará-la com outra década, a de "20 anos".

Muitas questões que, aos vinte anos, faziam minha cabeça ferver ferozmente foram resolvidas, seja através da razão ou da emoção, pouco me importando, senão, que foram resolvidas. Muitos objetivos que idealizava ter conquistado aos trinta, de fato, com atraso ou não, foram conquistados. Mas, efetivamente o que me importuna é o quanto mudei. Mudar é evoluir, sem dúvida, mas no que tange às minhas mudanças, afirmo com toda a certeza, foram mudanças para pior.

A pior mudança foi exatamente do Cara que era otimista e conseguia extrair o lado positivo de todos os fatos para o Cara, realista que está cansado do joguinho humano pelo poder e ego. Todas as relações humanas são pautadas pelo ego, em maior ou menor grau. Desde a amizade verdadeira até o amor eterno, passando pelos inimigos e por todos em nossas vidas. O cansaço tem me tirado do jogo, de todos os jogos que podemos ter.

Mas, em ultima instância, escrever este texto me deu um norte, ao menos, do que desejo em uma mulher. Cheers!


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Old Me

Não sei como devo ser para ser completamente feliz. Sem dúvida carrego resquícios do meu passado no qual não tenho orgulho, porém, não me liberto; e como se estivessem encravados em algum recôndito esquecido do que outrora fui. E o sou jaz aqui, pobre moribundo, ser vagante.

Os cães de minha existência tornam-se deuses perante minha constatação, deixando me ainda mais estupefato com tamanha ignorância desse que vos escreve. Não seria então, eu, recorte de outrem, fadado a uma infelicidade predita?