terça-feira, 28 de maio de 2013

Sua culpa!

Não me aprisione em seus desejos, não me conte teus sonhos, não me faça novas promessas! Eu, ser fraco, acreditarei como verdade última! E com você, sonharei, ter-lhe em meus braços por essas noites em que conversamos! Portanto, minha musa inspiradora, não me iluda!

Nesses dias em que não sei bem, quando meu futuro soa como um naufrágio, você surge como uma boia de salvação, mas, retirando a ingenuidade com que olho mundo, você não seria só mais um destroço que irá naufragar junto à mim? Pois bem, pegue essa taça de vinho e venha afagar minha alma, que já não responde por si! Talvez tenham sido essas bolhas, talvez tenham sido suas palavras, enfim, deixe-me mergulhar em teus sonhos!

E assim, mais uma noite solitária em meus devaneios, termino nas terras além mar, onde surjo como herói, como capitão e como escravo. por que não existe diferença maior entre os seres humanos do que aquelas expressas na vasitdão do seu olhar.


quarta-feira, 1 de maio de 2013

O falcão Viking

Essa história é aquela que se passa de pai para filho, contada oralmente e sempre acompanhado de vinho. Data de quando os antepassados de minha família, que se escrevia como Khara e emigraram da Rússia para França, Itália e Espanha. Na França a grafia mudou para de Cara, di Cara e Cara, respectivamente.

A história remonta sobre um criador de falcões para caça. Quando o patriarca da família estava velho, de tanto conviver com tais aves de rapina, aprendeu a conversar com elas. De todas as aves, exsitia uma ques estava sempre empoleirada num canto qualquer, como se estivesse cheia de tudo aquilo. O velho pegunta:

- O que há com você? Esta gaiola é grande, você tem bastante espaço para voar.
- Mas não me sinto livre, gostaria de voar fora das grades.
- Mas aqui você tem tudo, comida, abrigo e fêmeas. Além do mais, lá fora você teria que fazer tudo por você mesmo e até lutar com outros falcões.
- Sim, mas teria minha plenitude.

E cheio deste sentimento, o falcão começou a deixar as penas de sua face crescerem, como um verdadeiro Viking.

Mas, por que um Viking? Porque desejam morrer lutando, para merecerem entrar em Valhala. Se não morrem lutando, desonram suas famílias. E o falcão, somente deseja, ter a liberdade de morrer no desenvolvimento de sua plenitude. Porém, ao invés de sua liberdade plena, é condenado a ter uma vida resignada com o que ou outros dizem ser bom. Só isso.