O vazio que sinto ao ver o pôr do sol é idêntico ou nascer do sol, tanto faz, é estranhamente gostoso. Não vejo as cores do dia, mas somente preto e branco. Vejo tudo em duas dimensões e somente duas cores, mas de alguma forma, isso me faz bem. Não compreendo essa ausência de sentidos, mas confesso no recôndito da minha alma, eu estou gostando. Olho para o prato de comida em cima da mesa e vejo apenas uma luz ofuscante. Não existe o desejo de devorar o prato como me seria tão comum em outros momentos.
Parei de sentir. Parei de desejar. Me perco no sentimento de ter parado de existir.
Confesso que o que era bom, torna-se, vagarosamente, um fardo. Pesado. Um saco. Lembro de sísifo, no exercício da inutilidade. Vejo o existir como uma obrigação ao fato de estar vivo.
Penso, logo desisto.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
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