quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Old Me

Não sei como devo ser para ser completamente feliz. Sem dúvida carrego resquícios do meu passado no qual não tenho orgulho, porém, não me liberto; e como se estivessem encravados em algum recôndito esquecido do que outrora fui. E o sou jaz aqui, pobre moribundo, ser vagante.

Os cães de minha existência tornam-se deuses perante minha constatação, deixando me ainda mais estupefato com tamanha ignorância desse que vos escreve. Não seria então, eu, recorte de outrem, fadado a uma infelicidade predita?

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Obrigado ao tempo!

Quero agradecer ao tempo, senhor da razão, dominador da emoção.

Somente o tempo é capaz de abrir a percepção para o olhar mais adequado da realidade. Durante o silêncio que existe entre os dois pontos extremos da existência humana, as reações necessárias para a mudança da alma ocorrem de forma lenta, porém eficiente.

Os dados que rolam para desenterrar a minha sorte, já não são capazes de desenvolver todo a potencialidade da existência humana. Abandono as pequenezas oriundas da ausência de desafios, para descobrir que no vazio, sou capaz de ver o que almejo. A plenitude é a única benção que podemos receber. É ter a sagacidade de reconhecer as falhas do destino como uma oportunidade para a reflexão.

Reflexo de mim no olhar do outro. Reflexo da minha tristeza no sorriso do outro. Uma pequena falha, corrigida pelo tempo. Por isso, agradeço ao tempo, por exercer sua paciência de forma incontestável.

Um dia daqueles

Hoje é um dia típico na minha cabeça. Recuperando-me de uma virose, ah, virose, nunca sabemos o que é efetivamente, mas de qualquer maneira, já recuperado. Na verdade, saí de uma entrando em outra, só para me deixar de molho em casa por 15 dias. Tempo suficiente para me dedicar ao estudo de mim mesmo, ou seja, sobre o tudo do nada.

Mas hoje é um dia daqueles, bem sacal, sem querer existir, tudo incomoda, tudo é chato, não quero ver as pessoas, porém, gostaria de encontrar todo mundo. Isso, isso mesmo, dia estranho de gente estranha.

Há muito, venho pensando sobre um certo desânimo que paira sobre mim, e hoje, concluí minha problemática: preciso que cada atividade minha seja um desafio ou caio no ostracismo. Bom, já estou exilado de minhas funções intelectuais, mas a verdade, que por mim, hoje, apenas desapareceria. Não vislumbro nada de produtivo e estimulante além de uma vida vazia, chata e galgada na mesmice burguesa da classe média.

Tentei meditar, em vão. Meditar é um saco. Tentei equilibrar minhas energias mentalizando algo positivo. Mentalizar é um saco. Qualquer coisa é um saco. Comer é um saco, passar fome é um saco. Espero, sinceramente, acordar amanhã com a disposição de um leão faminto e não como uma preguiça bem alimentada.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Sua culpa!

Não me aprisione em seus desejos, não me conte teus sonhos, não me faça novas promessas! Eu, ser fraco, acreditarei como verdade última! E com você, sonharei, ter-lhe em meus braços por essas noites em que conversamos! Portanto, minha musa inspiradora, não me iluda!

Nesses dias em que não sei bem, quando meu futuro soa como um naufrágio, você surge como uma boia de salvação, mas, retirando a ingenuidade com que olho mundo, você não seria só mais um destroço que irá naufragar junto à mim? Pois bem, pegue essa taça de vinho e venha afagar minha alma, que já não responde por si! Talvez tenham sido essas bolhas, talvez tenham sido suas palavras, enfim, deixe-me mergulhar em teus sonhos!

E assim, mais uma noite solitária em meus devaneios, termino nas terras além mar, onde surjo como herói, como capitão e como escravo. por que não existe diferença maior entre os seres humanos do que aquelas expressas na vasitdão do seu olhar.


quarta-feira, 1 de maio de 2013

O falcão Viking

Essa história é aquela que se passa de pai para filho, contada oralmente e sempre acompanhado de vinho. Data de quando os antepassados de minha família, que se escrevia como Khara e emigraram da Rússia para França, Itália e Espanha. Na França a grafia mudou para de Cara, di Cara e Cara, respectivamente.

A história remonta sobre um criador de falcões para caça. Quando o patriarca da família estava velho, de tanto conviver com tais aves de rapina, aprendeu a conversar com elas. De todas as aves, exsitia uma ques estava sempre empoleirada num canto qualquer, como se estivesse cheia de tudo aquilo. O velho pegunta:

- O que há com você? Esta gaiola é grande, você tem bastante espaço para voar.
- Mas não me sinto livre, gostaria de voar fora das grades.
- Mas aqui você tem tudo, comida, abrigo e fêmeas. Além do mais, lá fora você teria que fazer tudo por você mesmo e até lutar com outros falcões.
- Sim, mas teria minha plenitude.

E cheio deste sentimento, o falcão começou a deixar as penas de sua face crescerem, como um verdadeiro Viking.

Mas, por que um Viking? Porque desejam morrer lutando, para merecerem entrar em Valhala. Se não morrem lutando, desonram suas famílias. E o falcão, somente deseja, ter a liberdade de morrer no desenvolvimento de sua plenitude. Porém, ao invés de sua liberdade plena, é condenado a ter uma vida resignada com o que ou outros dizem ser bom. Só isso.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Um sonho real

Em minhas aventuras pelo mundo, sem saber, parei na grandiosa África, por um descuido do destino, que, embaralhando misteriosamente seus fios que conduzem o viver de um homem já sem esperanças que abarcava em sua alma a inquietude juvenil comum dos descendentes de uma guerra perdida chamada humanidade.

Nesta andança descabida, acabei paraquedando em um lugar chamado Serengheti, onde pude notar uma tribo local, com uma característica bem peculiar: eram zumbis! Isso mesmo, zumbis! Mas por deus, como eu sabia disso? Simples! andavam todos meio abobalhados buscando qualquer coisa que fosse parecida com, advinhem só, iogurte! Mas como essa bizarrice surgiu? O guia explicou: um fungo crescia em meio ao leite das cabras que os indíos usavam como aliemnto, ao produzir uma substância doce e alucinógena, transformava o leite em iogurte e deixava o povo doidão. Como esse era o principal alimento, todos comeram muito. Uma consequência foi que o alucinógeno, tipo LSD, viciava e derretia o cérebro, daí eles ficavam feito zumbi (abobalhado, lento e babão) com desejo imenos por Iogurte (achando que seria o iougurte alucinógneo que estavam acostumados).

Mano, que doido!

sexta-feira, 8 de março de 2013

Mulheres

Mulher não se come, se devora. Sorvete se come, bata frita se come, feijão se come. Mulher se suga cada pedacinho de seu corpo como se fosse a última ação de sua vida.

Devorar é mais do que simplesmente ingerir, é absorver. Comer sacia a fome do corpo, mas devorar é algo relacionado com a alma. É uma busca para um alimento da alma, expresso em um corpo de outrem. Cada célula contém uma parte do mistério a ser revelado, mas ainda falta aquilo que existe no pensamento. A inteligência, os sonhos, os temores, os prazeres e tudo mais deve ser conusmido com muita atenção e muito carinho, só assim será digno de devorar alguém!

Comer é para os superficiais, que tem dificuldades em mergulhar nas profundezas de um ser complexo. Temem se perder na imensidão de um indivíduo, por isso, preferem as ações fulgazes, fracas, diria até, sem mérito. Devorar é quebrar um paradigma! É balançar as estruturas do outro, deixá-lo perdido no mundo. Mas devorar também é ajudar a resgatar, portanto, devorar é evoluir em conjunto. Só os fracos temem o compromisso assumido.

É por tudo isso que na esfinge existe o enigma "decifra-me ou te devoro". Ser devorado é se tornar uno com outro ser. Devorar ou ser devorado, infelizmente, é para pouc@s.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Meia verdade

Metade de mim chora
a outra parte se resigna
Uma metade se resplandece
A outra; elocubra.


Os meus devaneios sugerem
a felicidade adiante
Os meus medos respodem
a verdade dilacerante.


Uma metade sonha
com os dias impossíveis
das realizações improváveis
As conquistas dos indizíveis!

A outra metade
reflete sobre a riqueza que possui
a beleza que carrega
A felicidade que permite!

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Um carnaval passado nos idos de 2024...

Não que me orgulhe de ser quem sou, com meus 44 anos ou muito menos deprimido com quem fui, mas o Carnaval é uma época que, quase sempre, cai no meu inferno astral. É difícil imaginar, um mundo inteiro se esbaldando em uma felicidade anacrônica com meu ser. Diria eu, um barroco em meio ao obscuro tempo da ignorância. Mas teve um carnaval, ah, que carnaval! era uma época boa, perdida no tempo em que a memória já falha,a tropela os anos, mas as sensações permanecem...

Estava eu, vestido de rato de laboratória, quando vejo uma donzela, vestida de Minnie, com um belo laço no cabelo. Sua pele morena constrastava com sua sapatilha rosa clarinha, uma beleza de mulher, pernas lindas. Já que o "não" era certo e a solidão já caminhava de mãos dadas comigo fazia tempo, como num ímpeto heróico, meio desajeitado, chego perto dela e que, ensaiando mentalmente uma apresentação depojada e depretenciosa, solto minhas belas palavras "oi.... é que..... tipo assim..... ah....". Catástrofe! Até o Cordame de Notrecunda (sic) se sairia melhor que eu! Ah, Quasímodo, logo agora? Pois bem, para minha fiel surpresa, Minnie simplesmente me olha e pá! Tasca-me um beijo. Tremi na base, ora, o espartano aqui sou eu! Conquistador de terras distantes e desbravador de novos impérios! Como uma guria era capaz de sobrepujar minha dominação? Mas a naturalidade dela foi tão, tão, tão encantadora que me perdi em seus lábios. Ora, o laço dela se prendeu ao meu corpo, como uma delicada coleira, eu agora, no carnaval de sei-lá-quando estava perdido por ela que se chamava... não havia me dito ainda!Passamos o dia todo, eu como um pequeno boneco, eu era Arlequim e ela minha Colombina!

Pois bem, durante do restante do carnaval, fui o bobo-da-corte mais feliz do mundo! E minha amada Colombina parecia estar em outro plano, igualmente feliz. Seria talvez, a descoberta de minha vida, após um casamento falido em seu principío, a felicidade me batia a porta! E que se dane o tal "inferno astral", isso é para os outros, não para mim! E findado o carnaval, quarta-feira de cinzas, minha amada Colombina me diz, com a mesma naturalidade que me conquistou, que partiria para a Espanha, que era onde morava com seu marido. De colombina passava a concubina! Essa algoz da verdade, sepultava minha esperança na felicidade. Espero, sinceramente, que seu avião tenha explodido na volta.

Hoje, aos 44 anos, lembro com ternura daquela felicidade sem precedentes que tive no peito, que durou uma noite de verão, como a paixão deve ser...