terça-feira, 12 de agosto de 2014

O casamento do meu irmão.




Vejo-o de perto, como padrinho que tive a honra de ser escolhido, ficando próximo, diria eu, uns dois metros, no máximo. Com a visão privilegiada sou capaz de ver seus olhos, que começam a revelar a intimidade de seus sentimentos. O corpo pende, movimento repetitivo. Seus olhos berram: - quero correr e beijá-la. Mas o corpo trava: segue-se o protocolo cerimonial. E assim, meu irmão fica parado no altar, querendo correr, querendo beijar, mas obrigado a apenas olhar, esperar, respirar.

Vejo-a de longe, como padrinho que tive a honra de ser escolhido, ficando longe, confesso eu, na outra extremidade da igreja. Com a visão desprivilegiada, mais ainda sim, sou capaz de ver seus olhos, que revelam a intimidade de seus sentimentos. O caminhar devagar, a respiração profunda acompanha o pensamento, o mantra: - calma, calma, calma. Os olhos revelam: quero correr e beijá-lo, abraçá-lo, mas não posso, estou na igreja. Estou casando! Ai, meu Deus! respira fundo. Calma, calma, calma.

Metade do caminho percorrido, a música escolhida com zelo, o Guga parado, olhando. A noiva, linda, caminhando devagar, seguindo o protocolo, respirando fundo, era capaz de ouvir: calma, calma, calma. Aproximam-se, e os corpos se encontram: mas antes, o mais belo dos olhares revelam, carinho e ternura como um cuida dou outro. Ali, naquele momento singular, tenho a certeza de que foram feitos um para o outro. Que os gênios indomáveis, agora se completam, se estabilizam na base do amor, carinho e compreensão.

O noivo beija-a na testa. se fosse possível, seria no cérebro, dizendo que a razão o fez escolher aquele momento. Beijaria no coração, dizendo que a emoção o fez escolher aquele momento. Razão e emoção agora caminham com a certeza da decisão, e seus olhos berram somente para alguns: essa é a mulher da minha vida.

Encerra-se a cerimônia, seguimos para a festa. Uhuuuul, é festa! Lá pelas tantas, em meio a felicidade geral, música alta, bebidas deliciosas, comida maravilhosa, decoração impecável, vejo a Erica olhar para o Guga, ali, pulando com outros amigos. Ali, seus olhos berram: esse é o homem da minha vida.

Ao casal, meu carinho por ser padrinho e amigo. Amo o Guga como um irmão que não tive, e agora, amo a Erica como uma irmã. Mas como padrinho, o dever que me cabe é dizer a verdade, e agora lhes direi uma verdade absoluta: a vida não é perfeita, e problemas surgirão. Mas antes de conversarem sobre o problema, quero que lembrem do olhar de vocês na igreja, e que conversem preenchidos de sentimentos bons. A sabedoria cuida do resto!

Amo vocês!