quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Pois é...né?...Então, é!

Não sei quando começou ou "se" começou, só sei que é assim, ou melhor, tem sido assim desde os tempos mais remotos. De fato, percebi ainda na adolescência que meu espírito era de um agir sempre entre 8 ou 80. Minhas emoções sempre foram muito claras: ou amava ou odiava, onde, no meu peito, nunca houve espaço para a indiferença. É que a indiferença me soa agressivo. O ódio, pelo menos, é honesto.

Olho para o meu redor, vejo minha vida, como foi vivida, as oportunidades que tive, os amigos que tenho. Deveria explodir felicidade, ou no mínimo gratidão. Existe gratidão, mas ultimamente tem sido preenchido com um pouco de "vazio-nebuloso-caótico-existencial". O problema é que esse "pouco" é suficiente para se tornar um buraco negro e sugar, com sua gravidade extrema, todos os sentimentos bons e minha atenção, que deveria estar focada no que me é positivo. Nem a meditação, outrora recurso infalível, tem sido de alguma ajuda.

O fato é que meu descontentamento advém de uma certa superficialidade no que diz respeito ao próprio homem como objeto de sua existência, como Sísifo, condenado ao trabalho inútil e repetitivo. E aí, não vejo uma saída racional para uma explicação no mínimo, satisfatória. Admito, como no voodoo quântico, duas possibilidades: (1) Deus não existe e (2) Deus existe.

Admitindo que Deus não existe, bem, perco meu tempo na obrigação de seguir o conceito moderno de bom. Se Deus existe, bem, a criação de tudo ainda carece de explicação, e qualquer uma que seja levantada, é no mínimo, detestável.

Portanto, ignorando as consequências das duas possibilidades, trabalhando com a superposição dos estados quânticos, ou seja, Deus existe e não existe ao mesmo tempo, vejo-me obrigado a viver. O que tem sido chato demais. Muitas obrigações, muito sofrimento, muita dor, para esses seres humanos que não merecem a dádiva da vida. Compreendo que a vida, por definição libertadora, não deva ter um objetivo, mas tampouco, existe um objetivo. O próprio voodoo quântico fere a sua existência.

O que fazer da vida? Dizem que ela nos dá muita coisa boa. Dá mesmo, mas como disse o Bigode Grosso (Nietzsche), aceitando o prazer, aceita-se, invariavelmente, a dor. Decidi, faz tempo, negar a dor e encontrei a ausência de prazer. Um estado quântico ainda não definido, mas bem poderia ser chamado de "escroto".

Feliz natal e não-natal.

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