domingo, 23 de janeiro de 2011

Eu serpente?

Como as serpentes, decido mudar de pele. Deixo para trás essa pele inútil, marcada e sofrida pelo tempo. Quero uma pele nova, esta mesma pele que um dia tive. Quero ser de volta aquele animal tranquilo na ingenuidade de minha adolescência, quero o otimismo irracional que tinha. Quero ser a cobra d'água, inofensiva. Quero não desejar mais que um meteoro exploda a terra e leve a raça inútil chamada humana. E porque não desejar a extinção de uma vida sem sentido? Enfim, troco a pele velha que desacredita no amor por uma que consiga suportar os novos sofrimentos. E assim, a serpente morde a própria cauda, mas para que isso ocorra, devo trocar a minha pele, devo engolir a minha própria cauda. Devo renascer em mim mesmo (novamente).

Um comentário:

  1. Excelente post, meu caro. Enxerguei várias verdades nas tuas palavras, o que é muito bom.

    Que troquemos de pele enquanto vivemos!

    Abraço.

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