E eu, sentado no interior desta caverna solitária e fria, com a fogueira armada, não existe batidas em silex que acendam e façam o fogo surgir. Talvez, eu esteja mesmo fadado a viver nas sombras frias e solitárias de uma existência sem significado. Caminho em direção a praia, tentando me livrar desse singular existir. Chego à praia, mas não existe sol capaz de iluminar essa ausência de sentido no olhar.
Olho o mar e este me parece calmo. Mergulho no oceano e nado para o horizonte infinito, mas neste oceano de dor existem somente algumas ilhas de esquecimento. Não encontro nada, nem mesmo as ilhas esquecidas pelo tempo e humanidade. Afogo-me, porém, sem morrer. Morto não morre, logo, afundo como uma pedra em direção ao vazio.
No fundo do mar, pensando sobre ainda o que resta de minha eternidade, refletindo sobre o zumbi que fui enquanto vivo, constato que nada poderia ter sido diferente. Teria sido tudo da mesma forma, um vácuo total. E não existe ciência capaz de provar que do vácuo podemos tirar algo. Do meu vácuo existir, nada pode ser retirado senão uma cômica tragédia, onde o personagem principal é menos flexível que uma porta de dobrar.
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Olho para seus posts e subitamente me vejo no passado. Vejo-me no mesmo lugar onde se encontra agora e, vagamente me lembro das situações, mas uma comparação instantaneamente se forma diante dos meus olhos. Entre Frodo e Gollum.
ResponderExcluirO primeiro precisa acreditar na regeneração do segundo para que possa acreditar, assim, na sua própria regeneração. Então... olho para mim novamente e todas as questoes que um dia me assolaram se tornaram pequenas demais para eu me importar em demasia. Por tudo isso te digo, meu amigo, vai passar... e a tragédia, um dia será motivo de risos.
Acredite. Confie. Em voce mesmo.
Em água densa até um feixe de luz perde velocidade, mas as tuas palavras conseguem emergir de um mar profundo e um vácuo sem fim.
ResponderExcluirSuas palavras - bastante relevantes - emergem e nos alcançam, têm se valor.
Belo post!
Abraço.